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Juventudes: Diante da violência é necessário amar


“Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). Esse foi o lema que inspirou as reflexões da Campanha da Fraternidade deste ano, que teve como lema: “Fraternidade e Superação da Violência”. Começo o texto com esta lembrança para enfatizar que, embora não estejamos no período da Quaresma, este é um tema que nos interpela cotidianamente. A cada nova manchete que traz a violência como foco principal de um caos social.

No entanto, como seria possível refletir sobre uma problemática complexa como a violência sem falar de jovens, que estatisticamente estão no centro do cenário. Segundo o Mapa da Violência de 2016, as maiores vítimas de homicídio por arma de fogo no Brasil são jovens de 15 a 29 anos. Sendo que de 1980 a 2014 houve um crescimento de 699,5% no número de homicídios por arma de fogo na mesma faixa etária. Cabe ressaltar ainda, que na época de obtenção dos dados os jovens representavam 26% da população total, e no entanto, eram 58% do total de homicídios.

Neste contexto, o quanto se faz importante pensar com seriedade a problemática da violência através do prisma das raízes mais profundas da situação. O imediatismo de acabar com episódios de homicídio, tráfico, drogadição e outra série de violências, pode nos roubar a razão. Referindo-me a capacidade de equacionar – a luz da fé – onde moram as graves faltas que estão nos levando crescentemente a esta situação, arrisco em dizer, catastrófica.

Papa Francisco, na ocasião da CF 2018 nos presentou com as palavras: “Sejamos protagonistas da superação da violência fazendo-nos arautos e construtores da paz. Uma paz que é fruto do desenvolvimento integral de todos, uma paz que nasce de uma nova relação também com todas as criaturas. A paz é tecida no dia-a-dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza.” 2. Para que não esqueçamos do mandamento de Jesus – o mandamento do Amor – em meio ao caos. E sejamos reconhecidos como capazes de, diante da violência, amar.

Enfim, somos chamados à construção de uma cultura de paz. Sempre. E frente aos sinais de morte em que estão imersos tantos jovens, ser sinal de vida. Ser sinal da viabilidade da construção de um outro projeto, dando-lhes a possibilidade de reinventar suas próprias vidas. A resposta para a violência em meio a juventude é a possibilidade concreta da construção de um projeto de vida onde haja espaço para fé, para educação, para a cidadania, para o trabalho, para o sonho... para a Esperança.

Luana Padilha Corrêa

Especialista em Juventudes pela Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre

1. https://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2016/Mapa2016_armas_web.pdf

2. Papa Francisco: mensagem ao Presidente da CNBB, o arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Sérgio da Rocha em razão da Campanha da Fraternidade 2018


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