Está concluída a fase diocesana de investigação sobre o presumido milagre atribuído à Madre Bárbara Maix. Na quinta-feira, 27/02, a Celebração Eucarística, às 16h, na Catedral de Caxias do Sul, presidida por Dom José Gislon, marcará, oficialmente, o encerramento desta fase, no Brasil. O próximo passo é o envio do material para o Vaticano. Se aprovado, Madre Bárbara poderá ser proclamada santa. Após ser notificada da ocorrência do suposto milagre, a Diocese de Caxias do Sul instalou um Tribunal Eclesiástico para investigar o fato. Desde o mês de outubro, padres e profissionais de saúde, que constituem o tribunal, colheram e analisaram depoimentos, documentos da miraculada e de testemunhas. O suposto milagre aconteceu em Santa Lúcia do Piaí, distrito de Caxias do Sul/RS, onde, no final de 2018, a mulher de iniciais N.M.D.C sofreu graves queimaduras de 2º e 3º grau enquanto fabricava sabão. Familiares e a comunidade invocaram a intercessão de Madre Bárbara. Em 13 dias, a mulher teve alta hospitalar, sem sequelas e completamente curada. Até o momento, a cura rápida não encontra explicação à luz da ciência. Segundo Irmã Marlise Hendges, Diretora Geral da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, ordem religiosa fundada por Madre Bárbara, o encerramento desta etapa é um passo muito importante: “Após o encerramento do processo diocesano, todo material será enviado para Roma, endereçado à Congregação para a Causa dos Santos”. Em Roma, o processo será analisado pela equipe de especialistas da Santa Sé. Em caso de confirmação, o Papa aprovará, por meio de decreto, o milagre atribuído à intercessão da Bem-Aventurada e, na sequência, confirmará a data da canonização. No Vaticano, segundo Irmã Marlise, o processo terá como postuladora (espécie de advogada), a Irmã Gentila Richetti: “Irmã Gentila deverá acompanhar o processo, sendo, portanto, transferida para a comunidade da Congregação, em Roma. Rezemos intensamente por ela, e para que tudo se realize conforme a Vontade de Deus” disse. A BEM-AVENTURADA BÁRBARA MAIX Nascida na Áustria em 1818, Madre Bárbara Maix tornou-se a primeira mulher beatificada, no Rio Grande do Sul. Perseguida em Viena, pela sua opção pela vida religiosa, mudou-se para o Brasil, em 1848. No ano seguinte, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), fundou a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Viveu no Brasil por 25 anos, dos quais, 11 no Rio de Janeiro e 14 anos em Porto Alegre, onde trabalhou no atendimento às meninas pobres e desvalidas. Também teve passagem pelas cidades de Rio Grande e Pelotas. Faleceu em 17 de março de 1873, no Rio de Janeiro (RJ). A causa de canonização foi iniciada em 1993, em Porto Alegre. A vida cristã de Bárbara Maix, o testemunho de santidade e a cura milagrosa do menino Onorino Ecker, também vítima de grave queimadura, ocorrido em 1944, em Santa Lúcia do Piaí, foram essenciais para que o Papa Bento XVI a proclamasse Bem-Aventurada (ou beata, em italiano). A beatificação aconteceu no dia 06 de novembro de 2010, em cerimônia religiosa realizada no Gigantinho, em Porto Alegre/RS, com público de mais de 20 mil pessoas. Para a canonização, a Igreja pede a ocorrência de um novo milagre.
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