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  • Foto do escritorArquidiocese de Pelotas

EXISTE UM NEO-HEDONISMO?



O prazer pelo prazer ou a satisfação dos sentidos foi, desde sempre, a saída mais comum, seguida pelo vulgo, para responder a busca da felicidade ou do sentido último da vida. Contudo, tal solução tornou-se, nos tempos atuais, um verdadeiro "evangelho", uma efetiva "mensagem de massa". De fato, a sociedade pós-moderna faz do prazer pelo prazer o ideal de civilização.

Trata-se de um ideal que se adequa bem à filosofia geral de nossa época: o subjetivismo e consequente relativismo, que tende normalmente ao hedonismo. Com efeito, quando não existem valores absolutos e só relativos, a decisão acerca dos valores fica entregue ao sujeito, quer isolado, quando se trata da vida privada, quer associado, quando se trata da vida pública. Ora, quando é o sujeito que somente decide, tenderá a fazê-lo em função do que for mais fácil e cômodo para ele. E essa é precisamente a tentação do neo-hedonismo.

Em extrema síntese histórica, seguindo o pensador cristão, Clodovis Boff, poderíamos dizer que “a ‘cornucópia permissiva’ do neo-hedonismo começou pelos anos 20 nos Estados Unidos da América, lá chegou ao apogeu nos anos 60 e espalhou-se, em seguida, pelo mundo como way of life globalizante graças à expansão do capital e mercado livres. Nos dias de hoje, a economia do capital e do mercado, através das técnicas do marketing, divulga pelo mundo o ‘evangélico do capital e da mercadoria’, prometendo o paraíso das delícias”. É, no jargão dos jovens, a "era do barato" no duplo sentido: de que tudo é a baixo preço e de que tudo é "curtição".