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Foto do escritorArquidiocese de Pelotas

NÃO DISCURSOS, MAS CORAÇÃO QUE AMA

É interessante constatar que, até alguns anos atrás, o grande líder espiritual mundial era Dalai-Lama, líder religioso do budismo tibetano, na Ásia. Era ele que a mídia considerava como referência em termos de espiritualidade.


Um líder que cativa - Veio o Papa Francisco. Sem grandes discursos e, muito mais que isso, sem pompas... Do nada, surgiu um Papa “diferente”, como diziam os italianos, que rompe protocolos, é comunicativo, cativa a todos pela sua proximidade. Encantou o mundo com sua alegria, espontaneidade e simplicidade. E, acima de tudo, com o jeito humilde e sincero de ser, que respeita e não julga. “Se alguém busca a Deus de coração sincero, quem sou eu para impedir?”, declarou a quem lhe perguntou sobre uniões de pessoas homoafetivas.

Alguns meses após surgir o Papa Francisco, não se ouvia mais falar do Dalai-Lama. A acolhida e a bondade nos gestos do Papa que veio “do fim do mundo”, chegaram ao coração das multidões, de modo especial dos mais simples. Em vez de grandes discursos, lançava perguntas: Quem sou eu para julgar? Quem sou eu para não aceitar?... Perguntas que levam a olhar para dentro de si mesmo, a colocar-se diante do espelho... Ele apresentou-se nada mais que um servo de Jesus. Faz lembrar João Batista: “É preciso que ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).


O espelho – O jeito tão humano do Papa nos remete ao próprio Jesus. Quando os líderes religiosos da época – doutores da lei e fariseus – trouxeram a mulher adúltera, prontos a assassiná-la a pedradas, com uma só frase Jesus mudou o foco: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra” (Jo 8,7). Aos que acham que a solução do mundo está em julgar e condenar os outros, Jesus simplesmente coloca um espelho diante deles... Diante do espelho não há como mentir e nem fugir...


Admiração – Estamos “imersos num consumismo que corrói... o consumismo do Natal”, e às vezes não dando “espaço interior para admiração, mas apenas para organizar as festividades, para fazer festa”. Admiração: é o que precisamos, afirma o Papa Francisco (20.12.2023).


Sim, sem pressa, em silêncio e com humildade: coloquemo-nos assim diante do Menino Jesus que nasce! E O admiremos! Na noite do Natal ouvimos o profeta, que anuncia solenemente: “O povo que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9,1). Ele nasce sem pompa, na simplicidade e fragilidade de cada um de nós. Tornou-se humano para ensinar-nos a sermos humanos: acolher, respeitar, ouvir, dialogar, deixar-se surpreender... Sua vida nos leva a olhar-nos no espelho, a desarmar-nos das pedras que temos nas mãos (ou no coração) e que machucam e destroem. Sim, o Deus-Menino veio ensinar-nos a sermos humanos. É a luz que o povo precisava; e que nós precisamos.


Mais do que mentes capazes de discursos eloquentes, precisamos de corações capazes de amar. Amar a todos, sem discriminar, sem julgar, sem excluir. Aprendamos a lição do presépio. Reaprendamos do Vigário de Cristo: Papa Francisco!


Deus seja bendito!


Pe. Aldino J. Kiesel O.S.F.S.


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