Arquidiocese de Pelotas
O Sentido da Vida ainda é possível?
Atualizado: 29 de jul. de 2022


Nas minhas leituras nestes últimos dias chuvosos, mais uma vez deparei-me com a seguinte parábola do filósofo niilista Friedrich Nietzsche: “Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu uma lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a gritar incessantemente: - ‘Procuro Deus! Procuro Deus!’? E como lá se encontrassem muitos daqueles que não criam em Deus, ele despertou com isso uma grande gargalhada. – ‘Então ele está perdido?’ perguntou um deles. – ‘Ele se perdeu como uma criança?’ disse um outro. – ‘Está se escondendo? Ele tem medo de nós? Embarcou num navio? Emigrou?’ – gritavam e riam uns para os outros. O homem louco se lançou para o meio deles e trespassou-os com seu olhar. – ‘Para onde foi Deus?’ gritou ele; ‘já lhes direi: nós o matamos, vocês e eu; somos todos seus assassinos!’”
Niilismo e a questão do Sentido da Vida vão juntos. Claro, a questão do Sentido da Vida é uma questão que pertence a todos. Ela aparece, contudo, de maneira mais premente, nas sempre mais pessoas tidas como “cultas” - considerando-se “pós-modernas autênticas”. São elas que sentem essa questão com agudeza e pathos, com dramaticidade, se não tragicidade. Por que? Porque, em virtude de sua visão imanentista e secularista da vida, os “cultos pós-modernos pretensamente autênticos”, já não dispõem, hoje, um código próprio, quer natural, quer humano, quer religioso, que lhes permita responder adeq