Arquidiocese de Pelotas
OLHAR PARA O CÉU


É conhecido o conto do rabino ucraniano, Yakov Krantz (1740-1804), conhecido como “o Pregador de Dubno”: “Há muitos, muitos anos, um homem foi ao campo roubar trigo e levou a filha com ele para que ela o ajudasse na tarefa. - “Filha”, disse ele, “fica aqui na estrada de guarda para que ninguém me veja”. Mas assim que o homem começou a ceifar a filha gritou-lhe: - “Pai, estão a ver-te.” O homem levantou a cabeça e olhou para a esquerda, mas como não viu ninguém continuou a ceifar. - “Pai, estão a ver-te”, gritou a criança uma segunda vez. O homem levantou a cabeça e olhou para a direita, como nada viu continuou a ceifar. Passados mais uns minutos a menina gritou uma terceira vez: - “Pai, estão a ver-te”. O homem olhou para a frente, mas não viu ninguém e continuou a ceifar. - “Pai, estão a ver-te”, gritou a filha pela quarta vez. O homem olhou para trás e como não viu ninguém ficou irritado com a criança: - “Então filha?! Dizes que me veem, mas eu já olhei em todas as direções e não vejo ninguém”. A filha encolheu os ombros: - “Mas pai, estão a ver-te dali”, disse ela apontando para o céu”. A humanidade, cada vez mais, só olha para a esquerda e para a direita; para frente e para trás. Olhar para o céu, é preciso? Somos vistos dali!
O olhar para o céu, expressa-se no desejo de Deus. E esse é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso. A razão, mais sublime, da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus.
De muitos modos, na sua história e até hoje, a humanidade exprimiu a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacri