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Foto do escritorArquidiocese de Pelotas

TEMPO COMUM NÃO É MONOTONIA

Depois de tempos especiais na liturgia – quaresma, tempo pascal, celebrações de Pentecostes e Santíssima Trindade - estamos agora no chamado “tempo comum”. Comum não é repetição e nem significa monotonia. Não significa sem importância. Até porque o dia de hoje nunca existiu antes, e nunca mais voltará a existir. Tudo é único. Cada momento é único. Cada pessoa é única. Você é único. Eu sou único.


A mesma importância – Uma vez fui numa palestra de um homem famoso. Encheu o salão. Dava gosto ouvir aquele palestrante cheio de sabedoria. Pelas 10h da noite ele disse: “Peço desculpas, mas devo ir. Amanhã terei algo tão importante quanto hoje: vou passar o dia com os meus netos”.


O tempo que você dedica a brincar com crianças, ou está sozinho diante do computador ou em contato nos meios sociais, é tão importante como quando está sob holofotes, onde todos o escutam e tiram fotos. “Faça as coisas ordinárias de modo extraordinário”: essa recomendação de São Francisco de Sales é oportuna e faz toda diferença no tempo comum. Fazer de modo extraordinário é fazer tudo por amor, coisas grandes e coisas que parecem sem importância. Pois, afinal, “é o amor que dá valor às nossas obras” (Beato Luís Brisson, fundador dos Oblatos de São Francisco de Sales). A grandeza de uma obra não está no número de fotos, mas no amor a ela dedicada.


Os dons – Pentecostes nos lembrava os dons com os quais o Espírito nos brindou. É a diferença das flores que torna o jardim belo; é quando cada um floresce da sua maneira que o jardim da vida se torna mais bonito, alegre e atraente.


Às vezes encontro adolescentes tentando imitar um jogador de futebol, ou outro ídolo. Digo: se você tenta imitar, você nunca se dará bem. E lembro outra frase de nosso Chico de Sales: “Seja quem você é, e seja-o da melhor maneira possível”. Em geral, a energia investida em imitar outros é energia que deixamos de investir no desenvolvimento de nossos dons. Nenhum santo é igual a outro. Cada santo é santo de sua maneira; cada um é o melhor que pode ser. É de dentro para fora que cresce a árvore...


Seja o melhor – Uma vez escutei uma entrevista com Raniero Cantalamessa, teólogo Capuchinho, agora cardeal. Ele é o pregador dos retiros que o Papa e a Cúria de Roma fazem anualmente. Ele também deu palestras em diversos Conclaves – reunião dos cardeais para eleger um novo Papa. Na entrevista ele revelou algo que disse aos cardeais que me pareceu interessante: “Quem de vocês for eleito Papa, não se preocupe com o que fez o Papa anterior, com sua fama... Seja Papa do seu jeito, da melhor maneira possível. Se o Espírito Santo eleger você, é porque é dos dons que você tem que a Igreja precisa neste momento histórico”.


Vivamos bem em cada momento do tempo comum. Aliás, nossa vida em geral não é feita de grandes coisas, mas de muitas pequenas coisas diárias. Seja vigilante. Levante a cabeça e olhe para frente. Cresça de dentro para fora. Recomece a cada dia. Você cresce na vida de santidade à medida que praticar a vontade de Deus em cada momento da vida.


E lembre-se: sábios são os que muito conhecem a Deus; santos são os que muito O amam. Deus seja bendito!




Pe. Aldino J. Kiesel, O.S.F.S.

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