Segundo o Evangelho de hoje, tirado de Mateus, Jesus encontra-se em Carfanaum, cidade natal de Pedro. Lá os cobradores do imposto do templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: "O vosso mestre não paga o imposto do templo?" Pedro respondeu: "Sim, Ele paga". Jesus, logo depois, perguntou ao Pedro: "Simão, que te parece: os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem, dos filhos ou dos estranhos?" Pedro respondeu: "Dos estranhos" Então Jesus disse: "Logo os filhos são livres. Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que tu pescares. Ali encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregar a eles, por mim e por ti". Esse episódio narrado por Mateus faz-nos perceber que a prática do dízimo nas nossas comunidades cristãs não é um imposto ou uma taxa que se paga. Paga-se imposto, paga-se taxa a estranhos e sempre há interesse por trás. Dízimo é uma oferenda que se entrega com liberdade, de maneira gratuita e generosa, para agradecer a Deus por tudo o que ele nos oferece e para dispor para os outros o que pertence a todos. Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Tudo vale a pena quando existem corações abertos e generosos. Tudo vale a pena quando somos livres e não escravos. A Deus se oferece; aos reis da terra se paga.
+Dom Jacinto Bergmann