top of page
Foto do escritorArquidiocese de Pelotas

BLACK FRIDAY E COLONIALISMO



Chegou sem fazer barulho. Em poucos anos tornou-se parte de nosso linguajar e de nossa mentalidade. Hoje, falar de “Black Friday” dá status, é questão de moda. O comércio usa a expressão propagando-a em todos os meios sociais. Ninguém pergunta como lá chegamos, de onde veio...


Origem – No hemisfério norte (Europa, Estados Unidos) o final de novembro significa o início do inverno. Algumas regiões, bem ao norte, ficam por semanas e até meses embaixo da neve durante o inverno (claro que o aquecimento global também mudou isso). A última quinta-feira de novembro tornou-se o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day). Por que? Porque é a celebração do final das colheitas e ação de graças pela comida que Deus deu para passar o inverno: as famílias e os animais. Vale a pena reconhecer e agradecer! Corresponderia para nós o final de maio, quando terminam as colheitas de verão aqui.


O Dia de Ação de Graças tornou-se tradicional nos Estados Unidos no século passado. O dia depois – sexta-feira – tornou-se o dia em que muitos iam às lojas para adquirir roupas e mantimentos para toda a família e os animais, para passar o inverno. O comércio começou a realizar promoções como o objetivo de reforçar as vendas. Aos poucos, passou a tornar-se “o dia especial” do comércio, o qual passou depois a ser chamado “Black Friday”. Não está claro até hoje a origem dessa expressão, que teve início nas décadas de 1980 e 1990.


No Brasil – Foi a tentação do lucro que levou o comércio a expandir o Black Friday a outros países. No Brasil o Black Friday apareceu em 2010, quando ao redor de 50 lojas trouxeram essa data ao nosso país. E começou a ganhar força nos últimos dez anos.


Para nós, no hemisfério sul, tem sentido celebrar ação de graças no final de maio, final das colheitas. O Black Friday é expressão da nossa aceitação de uma mentalidade neocolonialista. Em tempos em que se preza tanto a liberdade, como reféns da busca do lucro a todo custo, abrimos mão de nossa soberania e identidade cultural. Estamos expressando que amamos mais nossos interesses do que nossa pátria amada, a qual é sempre menos independente e mais colonialista. O faturamento do Black Friday chega a bilhões no Brasil. Engolimos o que faz bem ao nosso bolso, sem refletir sobre as consequências para nossa vida, nossa autonomia e nossa identidade cultural.


Deus seja bendito!


Pe. Aldino J. Kiesel, O.S.F.S.

14 visualizações

Posts recentes

Ver tudo

留言


  • Facebook ícone social
  • Instagram
  • YouTube
bottom of page