Há onze anos a juventude católica do Brasil recebia o Documento 85 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): Evangelização da Juventude - Desafios e Perspectivas Pastorais. O documento foi fruto da escuta da realidade dos mais diversos grupos, que faziam a evangelização das juventudes acontecer. Este foi um marco histórico em uma bonita caminhada, construída por tantos e tantas jovens. Este caminho da Igreja com as juventudes é belo e longo. Em 1979, na III CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO, em Puebla, os bispos declararam a “Opção preferencial pelos jovens”, que foi se tecendo desde então. Os grupos juvenis, em sua diversidade de carismas, como parte importante da história da Igreja, souberam proporcionar a uma imensidão de jovens experiências edificadoras, e de sentido de vida. Experiências essas que fizeram cultivar vocações que desabrocharam dentro e fora da Igreja, de jovens comprometidos de forma decisiva com o seguimento de Jesus Cristo. O documento 85 é estruturado em três partes. A primeira traz elementos importantes para compreender a realidade juvenil, e ressaltando a importância dessa compreensão, o texto afirma que, “Não se pode amar nem evangelizar a quem não se conhece.” (nº 10). Considerando o quanto a realidade muda rapidamente hoje, em especial a realidade das juventudes, importa sempre renovar esse ir ao encontro dos jovens e ouvir deles o que andam conversando, vivendo e experimentando pelo caminho. A segunda parte é o iluminar, olhar para esta realidade a partir da Palavra de Deus e do Magistério. A partir da escuta da vida das juventudes, a Igreja coloca tudo à luz do Sonho de Jesus Cristo para humanidade. O documento afirma: “Dizer que, para Igreja, a juventude é uma prioridade em sua missão evangelizadora, é afirmar que se quer uma Igreja aberta ao novo, é afirmar que amamos o jovem não só porque ele representa a revitalização de qualquer sociedade mas também porque amamos, nele, uma realidade teológica em sua dimensão de mistério inesgotável e de perene novidade” (nº 81). Por fim, a terceira parte aponta trilhas concretas e possíveis para vivência da evangelização da juventude, na comunhão eclesial. O texto traz oito linhas de ação, com metodologias rezadas, refletidas profundamente, em sintonia com toda caminhada da Igreja. São propostas, a partir dos dois primeiros movimentos, mas também da experiência acumulada pela Igreja no trabalho com as juventudes. Por conseguinte, onze anos após a chegada deste documento tão importante para todos e todas que dedicam suas vidas à evangelização das juventudes, importa que os mesmos tomem conhecimento, estudem, apropriem-se destas que são diretrizes para caminhada em comunhão com toda Igreja, sendo unidade na diversidade. Papa Francisco em seu livro “Deus é Jovem” disse que “Os jovens são profetas com asas”. Que após esses onze anos de documento 85, a evangelização da juventude se fortaleça a cada dia na opção cotidiana da Igreja, afetiva e efetiva, pelas juventudes.
Luana Padilha Corrêa Especialista em Juventudes pela Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre