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  • Maria Cristina Centurião Padilha

A participação dos fiéis na Sagrada Liturgia


A participação consciente, ativa e plena da Sagrada Liturgia se fundamenta na vocação da Igreja, como povo sacerdotal, profético e real. Por isso os fiéis mais que o dever têm o direito de participarem frutuosamente das celebrações litúrgicas.

O número 14 da Sacrosanctum Concilium, assim se manifesta sobre a necessidade de promover a formação litúrgica e a participação ativa dos fiéis:

É desejo ardente da mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação na celebração litúrgica que a própria natureza da Liturgia exige e à qual o povo cristão, “raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido” (1Pd 2,9;cf. 2, 4-5), tem direito e obrigação, por força do Batismo. A esta plena e ativa participação de todo o povo cumpre dar especial atenção na reforma e incremento da Sagrada Liturgia: com efeito ela é a primeira e necessária fonte, da qual os fiéis podem haurir o espírito genuinamente cristão. Esta é a razão que deve levar os pastores de almas, em toda a sua atividade pastoral, a procurarem-na com o máximo empenho, através da devida formação.

É importante ter claro que a participação da Sagrada Liturgia significa “ter parte”, ter parte da obra da salvação e da glorificação de Deus. Quando o Concílio fala em participação frutuosa ou eficaz ela consiste, primeiro, em acolher a graça numa atitude de conversão, de resposta à proposta de salvação feita por Deus; que só sendo consciente, ativa e plena poderá ser frutuosa, ou seja, dar frutos no Amor de Deus. O povo de Deus, reunido em assembleia num lugar e tempo determinado, sobretudo no Dia do Senhor, é o agente visível da Liturgia, sendo acompanhado e trabalhado interiormente pelo Deus Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Podemos dizer, assim, que Deus e o povo atuam conjuntamente, um para o outro.

A Igreja é o povo de Deus, por Jesus Cristo convocado e reunido no Espírito Santo; é a comunidade formada pelos batizados, membros ativos do povo profético, sacerdotal e régio, com igual dignidade. Este sacerdócio batismal é o fundamento da participação de todo o povo de Deus na Liturgia, na qual é chamado a manifestar publicamente os laços de intimidade e fidelidade que o unem com o Deus da aliança. Quem celebra/participa da celebração litúrgica é todo o povo santo de Deus reunido em assembléia e convidado a encontrar-se com e no Senhor.

Deus, ao nos convidar para celebrar a eucaristia, sobretudo aos domingos, nos chama para uma festa familiar, uma refeição em que Ele quer conversar conosco, seus filhos e filhas, na maior intimidade. No batismo, já tinha nos acolhido na sua família e nos dado o Espírito filial, pelo qual podemos chama-lo de Pai.

A eucaristia é ação de graças e louvor, que brota do coração como expressão da alegria pascal pelo reconhecimento das maravilhas que Deus realiza na história, sendo o mistério pascal de Cristo seu cume e perfeita consumação. Este mistério pascal, celebrado na Eucaristia, é o tesouro mais precioso que o Senhor Jesus deixou à sua Igreja.

O Catecismo da Igreja Católica, no número 1324 diz que:

A Eucaristia é ‘fonte e ápice de toda a vida cristã’. “Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa”.

O número 47 da Sacrosanctum Concilium, assim se manifesta sobre a Missa e o Mistério Pascal:

O nosso Salvador instituiu na última ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu corpo e do seu sangue para perpetuar no decorrer dos séculos, até ele voltar, o sacrifício da cruz, e para confiar assim à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal “em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da glória futura”.


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