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  • Foto do escritorArquidiocese de Pelotas

Domingo de devoção a São Cristóvão


O último domingo de julho marcou a retomada da tradicional Procissão de São Cristóvão em Pelotas, que está em sua 36ª edição. Na data que é reservada aos motoristas, centenas de devotos pegaram seus carros e foram às ruas para celebrar o Santo, além de receber a bênção de proteção nas estradas. Segundo as informações da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), os motoristas formaram uma fila de cerca de 15 km de extensão durante a Procissão. As celebrações culminaram com uma missa solene, realizada às 18h na paróquia. Em decorrência do avanço da pandemia e o consequente crescimento dos casos, a celebração não ocorreu no ano passado. Porém, respeitando os protocolos de saúde, foi possível realizá-la neste ano. O pároco da Igreja São Cristóvão, Jaime Souto, comemora o sucesso da Procissão e ressalta que a pandemia reforçou a fé da comunidade mesmo diante de um cenário de muitas dificuldades. "Nós tivemos dúvidas, uma vez que foi suspensa no ano passado. Mas, graças à comunidade, conseguimos fazer este ano. É muito gratificante receber os motoristas, que acreditam na benção do Senhor para os proteger nas estradas. Mesmo não tendo feito ano passado, muitos compareceram este ano. É bonito de ver que a pandemia reacendeu a fé das pessoas e é uma alegria enorme participar junto a eles", destacou.

De carro, moto ou caminhão, muitos foram os fiéis que participaram na celebração. Um deles é o aposentado Marcos Ferreira, de 61 anos. De moto, ele acompanhou toda a Festa e recebeu a benção. Participante da paróquia há mais de 50 anos, ele conta que viver a Procissão é um momento muito especial e mais do que isso: um legado de família. "Eu sempre participei de moto ou de carro. Comecei com meu pai, quando ele tinha uma Kombi 71. É uma felicidade manter esse legado dele e acompanhar a paróquia. A Festa tá muito bem organizada para que a gente possa prestigiar o Santo protetor dos caminhoneiros. É um domingo de fé", conta Ferreira. Para quem vive intensamente as atividades paroquiais, foi uma enorme alegria acompanhar a retomada da Procissão. É o caso da coordenadora da paróquia, Elenice Dallas. Ela reafirmou a importância da celebração em um contexto tão difícil para todos. "É uma grande alegria estar aqui. Hoje, com as máscaras, a gente só consegue ver os olhos e a gente enxerga a emoção que é participar dessa procissão. Estamos vivendo um tempo de muito cansaço e é um cansaço de não estar com os outros. Então, é lindo ver as pessoas se alegrarem em estar participando", disse.


Gratidão e saudade

Um dos caminhoneiros que participou da Procissão foi Leonel Lopes. Ele conta que já participou de outras edições da Festa, mas que, desta vez, foi uma Procissão única. Lopes conta que, além de agradecer pela benção de não ter sofrido nenhum acidente e nem ter ocorrido nenhum outro com os colegas, participou desta edição de 2021 pela memória do irmão. Vinícius Lopes, irmão de Leonel, faleceu há pouco menos de um mês, no último dia 28 de junho, vítima de complicações da Covid-19. O caminhão de Leonel e de mais outro irmão e um amigo que participaram da Procissão carregava uma bandeira com a foto do irmão na parte frontal. "A gente sempre é abençoado. Ficamos contentes por participar, por não ter tido nenhum acidente durante o ano. Mas a gente tá muito triste porque perdemos um irmão. Vir aqui é uma forma de homenagear ele. É uma tristeza muito grande, mas é uma forma de estar com ele também. Por ele, nós precisamos seguir em frente", pontua.


Procissão adaptada, mas com ações para a comunidade

A 36ª edição da Festa precisou ser pensada com adaptações em função da pandemia da Covid-19. Porém, as ações de solidariedade voltadas para a comunidade foram mantidas. Durante a celebração, foram arrecadados alimentos não perecíveis para auxiliar no projeto São Lázaro, que iniciou durante a Páscoa deste ano e segue sendo realizado. As doações que chegam à igreja são revertidas em jantares, feitos por voluntários e entregue à noite por jovens, que, além do alimento, também doam cobertores e levam ao próximo uma palavra de conforto. O tradicional almoço depois da Procissão também ocorreu. Contudo, de uma forma um pouco diferente da que os fiéis estavam acostumados. Na edição de 2021, o almoço foi realizado no sistema "Pegue e leve". "Estamos fazendo uma edição em moldes diferentes, mas que é importante para a comunidade. Antes da pandemia, tínhamos almoços no Sest/Senat com muitas pessoas. Esse ano é em outro sistema, de "pegue e leve". Tudo é aprendizado e isso só mostra o quanto a comunidade consegue se reinventar para fazer de um jeito diferente, mas com a mesma fé. Nós não podemos perder a esperança. Dias melhores virão e, se Deus quiser, no ano que vem, estaremos fazendo mais atividades presenciais na festa", pontua a coordenadora paroquiana.


Reportagem: Renan Santos

Fotos: Jô Folha/Diário Popular




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